segunda-feira, 28 de março de 2011

A COISA...

"A COISA" foi a forma carinhosa que encontrei para tratar o cerne do assunto futebol. Aquilo que diz respeito à gestão técnica do futebol.

Esta sempre foi uma das grandes motivações que tive.
Rivalizando apenas com a paixão pelo clube.
Pouco antes de "decidir" que faria engenharia e que me prepararia para ser Presidente do Internacional, sempre que perguntado sobre a profissão que seguiria, não tinha dúvida em dizer que seria treinador de futebol.

Em 1993, quando iniciou o Inter 2000, eu já conhecia bem o clube. Não tão bem o "vestiário".
Além de estudar o assunto profundamente durante toda a vida, acompanhar o futebol do Internacional e do mundo todo como parte da minha vida, não havia tido oportunidade de conviver com o dia a dia.
O mais perto que havia chegado, foi nos anos que era diretor e depois vice-presidente de administração da gestão Asmuz (1990/1991), quando -aí vai a confissão de uma transgressão- me escondia 1/2 hora antes para ouvir (assistir, não dava) a palestra do treinador. Especialmente as palestras do Ênio Andrade que era um mestre.

Apesar disto, escrevi alguma coisa a respeito da forma que acreditava ser correta para gerir o assunto.

Quando fui convidado para paticipar do Departamento de Futebol em 1996 (isto vai merecer uma postagem especial) tentei levar  para o dia a dia algumas práticas que aplicava na minha rotina profissional. Coisa simples. Reunir as pessoas responsáveis pela condução do trabalho periodicamente, por exemplo. É... isto não era algo rotineiro.

A informática era algo estranho ao interesse do clube e estava restrito ao esforço individual de um auxiliar trazido pelo Flavio Trevisan. Seu nome era Eduardo Silva. Ele me pedia para ajudá-lo a fazer um "upgrade" nos seu "PC" para continuar atualizando planilhas de treinamento.
Muitos anos depois, fiquei muito gratificado quando ele me disse que não entendia porque naquela época eu dizia para  que ele não precisava de "upgrade" naquele computador, mas a criação de um sistema voltado ao gerenciamento do trabalho. E que passara a entender o que eu dizia quando implantamos o sistema de trabalho que implantamos em 2000/2001.

Em 1996 conheci o professor João Paulo Medina, que me deu mais segurança para apostar naquilo que acreditava. Alguns anos depois mostrei para ele o que havia escrito em 1993 e ele quase não acreditou que havia escrito aquilo antes de nos conhecermos.
Sobre o Medina, vou escrever tópico(s) especiais.

É engraçado lembrar que era motivo de PIADA quando falávamos em equipe multi-disciplinar. Havia até quem contasse quantos profissionais tínhamos trabalhando na equipe técnica (!).

Hoje não se fala mais nisto. Todos já ouviram os passarinhos cantarem (embora alguns não saibam exatamente onde eles estão...) e ter um "monte" de profissionais é o normal.  Hoje, o trabalho multi-disciplinar é o que todos os clubes fazem. Alguns com mais disciplinas, outros com menos.

Portanto, o desafio, agora é o trabalho INTER-DISCIPLINAR com uma competente coordenação técnica. Certamente este discurso hoje, seria motivo de piada por aqui. De novo...

Quando se fala de Internacional, não dediquei para nenhum assunto mais tempo do que para o futebol - "A COISA" - e farei diversas postagens sobre este assunto.

Fernando Miranda

Um comentário:

  1. Isso é verdade?

    "Enquanto isso o Grêmio apostou em caras do interior do RS e "achou" um Felipão, um Tite e um Mano!!!


    Só pra reforçar, caso não saibam. Fernando Miranda tinha um projeto de "criar" um treinador nas categorias de base, mais ou menos da mesma forma como hoje se faz com os jogadores. Um cara ligou pra ele e pediu pra participar dessa "peneira". Passou e foi efetivado como treinador das categorias de base do Inter, onde aprendeu muito. Quando FC assumiu o Inter, um dos primeiros atos dele foi demitir esse técnico, com o argumento - velado - de que não queria nada que lembrasse a gestão anterior trabalhando com ele.


    Ah...o nome do técnico? Mano Menezes..."

    Se for verdade, eu vou ali na esquina me matar.

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