sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A eleição para Presidente em 2000

Na noite em que ficou definido o afastamento definitivo do Dr. Jarbas Lima da presidência, pedi ao Dr. Amaury Silveira (Presidente do Conselho Deliberativo) que fizesse todo o possível para convocar a nova eleição para Presidente o mais rápido possível.
Estava cansado. Esgotado. A posição de Presidente interino é terrível. Você tem que tomar atitudes de longo prazo, mas não deve fazer algo que extrapole a interinidade...

Além da dificuldade natural de um interino  sofríamos com as dificuldades financeiras e com uma (até então) má campanha no campeonato brasileiro.
Cada jogo no Beira-Rio era um inferno. Descíamos da palestra para o vestiário e havia um carro de som na porta do vestiário criando um clima terrível.

Nosso próximo jogo seria dentro de 3 dias em Recife. Contra o Sport. O Sport era treinado pelo Leão e uma das melhores campanhas do brasileiro até aquele momento. A dúvida de todos era quanto seria o placar favoravelmente ao Sport.

Como a dúvida era  qual a diferença da eleição a favor do Fernando Carvalho.

Na noite seguinte ao afastamento do Dr. Jarbas, houve um churrasco do INTER GRANDE, no qual foi lança da a candidatura do Fernando Carvalho. Ouvi sua entrevista na qual disse que estava muito bem de saúde, fizera um check-up e que cumpriria seu mandato até o final.
Naquele momento,  decidi que concorreria.

Antes de viajarmos para Recife reuni os jogadores e disse que tinha duas notícias. Uma ruim e outra pior. A ruim era que iria atrasar o pagamento do salário que venceria na semana seguinte. A pior é que eu não sabia a data que poderíamos fazer o pagamento.
Os atletas foram bárbaros. O Carlinhos disse que confiava em mim, que este problema era meu e sabia que iria resolver, mas eles precisavam me ajudar com resultado dentro de campo. O Marcelo se propôs a fazer uma relação dos atletas que tinham menor remuneração e poderiam precisar de algo no curto prazo para que o clube resolvesse a situação...

Neste clima viajamos para Recife. Vencemos por 1x0. Gol do Leonardo Manzi.
No instante que terminou o jogo meu telefone tocou com uma ligação do meu amigo Amaury Silveira.

Após este jogo tivemos uma sequência incrível de bons resultados.
Que culminou com a desclassificação nas quartas de final no Mineirão contra o Cruzeiro num jogo que o resultado foi terrivelmente injusto.

No final a eleição não concorremos com Fernando Carvalho. Mas com o Emídio Perondi.

Até hoje há quem esqueça que houve uma eleição e que vencemos esta eleição. E venceríamos, naquele momento, quem concoresse conosco.


Fernando Miranda

4 comentários:

  1. parabéns presidente pela iniciativa. como seu amigo, o que muito me orgulha, já tinha conhecimento de alguns fatos aqui relatados. Acho importante que outras pessoas também conheçam umpouco do belo trabalho que fizeste por nosso clube. Não seríamos grandes hoje se não fosse a sua gestão em 2000-2001.
    Luiz Henrique - Brasília

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  2. Miranda;

    até que ponto tua saída da VP de Futebol afetou os resultados de campo em 2001?

    Nada contra Márcio Abreu (que sempre mostrou tremenda visão de Clube), mas parece inegável que houve quebra de continuidade no trabalho injustamente derrotado no Gauchão 2000 (aquela falta do Ronaldinho aos 44), naqueles gre-nais do Gaciba e, especialmente, na semi-final da João Havelange (Felipão que o diga).

    Abração

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  3. Corrigindo, Cruzeiro nas quartas-de-final

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  4. Marcello:

    O início de 2001 foi o momento mais difícil de nossa gestão.
    A razão para isto foi, sem dúvida a dificuldade financeira.

    Mas NADA do que fizemos foi melhor do que a forma que tratamos o FUTEBOL.

    E, sem dúvida, jamais poderíamos ter avançado se não contasse com o respaldo, apoio, amizade e, especialmente compreensão que tive no Márcio Abreu, em 2000 e 2001.
    Confesso que não sei como, em muitas vezes, ele "aguentou" a forma que eu me mobilizava em torno do nosso vestiário.

    Em 2001, além do Márcio, fizeram parte da Vice-Presidência de futebol o Eduardo Lacher e o João Patrício Herrmann.

    Em momento algum durante a nossa gestão (seja como 1º Vice-Presidente, Presidente interino ou Presidente) dediquei para algum assunto no Internacional mais tempo do que dediquei ao futebol.

    Nunca deixei de participar de uma palestra, de um planejamento semanal ou de uma reunião de análise de desempenho de nossa equipe.

    E, não tenho dúvida, que se o Internacional mudou de postura, mudou a partir do futebol profissional e amador. Falarei disto mais adiante.

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