Os anos que antecederam nossa gestão foram difíceis.
O rompimento com a estrutura existente exigiu o enfrentamento de situações inacreditáveis.
O SUMIÇO da fita de determinada reunião do Conselho Deliberativo foi uma delas.
Hoje, até acho engraçado. Mas naquela época...
Ao ler esta matéria, não pude deixar de lembrar do meu grande e saudoso amigo Amaury Silveira.
Mais adiante vou escrever sobre ele. Neste episódio a grande preocupação dele era me proteger e evitar minha exposição. Naquela época eu realmente não aceitava. E acho que se acontecesse novamente, reagiria da mesma forma.
Evidente que situações como esta (e outras que irei relatar uma a uma) criaram, para mim, diversas áreas de atrito. Mas não imagino que conseguríamos romper com a forma que o clube era administrado se não enfrentássemos com determinação situações como esta, que por muitos era considerada "normal".
Aceitar situações como esta seria fazer o papel do INOCENTE ÚTIL. Aquele à quem não podemos culpar pelo que está acontecendo, mas que é útil na medida que acaba validando a prática de procedimentos inaceitáveis.
Tudo isto me valeu o rótulo de RADICAL. Na medida que ser radical signifique se aprofundar até alcançar a raíz das questões, sou obrigado a concordar.
Fernando Miranda
O objetivo deste site é contar a história do movimento INTER 2000, sob o meu ponto de vista. O movimento INTER 2000 foi fundado em 1993 e dirigiu o Sport Club INTERNACIONAL no biênio 2000/2001. Serão publicadas postagens periódicas contando episódios e/ou apresentando comentários a respeito de meu relacionamento com o clube que se confunde com a história do movimento. As postagens NÃO seguirão ordem cronológica. Fernando Miranda, FEV/11.
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Quando leio isso lembro-me de como foi difícil, por alguns anos, participar de reuniões do Conselho. Há uma, em especial, que jamais me esquecei.
ResponderExcluirA então Oposição, às vésperas de iniciar o Campeonato Brasileiro de 2001, convocou reunião extraordinária para falar de “futebol”. Estavam com medo do rebaixamento.
O mais interessante foi que o assunto menos tratado foi “futebol” e os “iluminados entendedores de Futebol” nem falaram. Foi uma reunião puramente política para destratar a Situação. Disseram, inclusive, dirigindo-se aos membros da Diretoria: “Vocês, que não são Colorados”.....depois dessa frase, a reunião teve que ser interrompida pelo Pres. do Conselho, dado o alvoroço criado no ambiente.
Naquela noite, fui pra casa com dor de cabeça.
Esta reunião não esquecerei nunca.
ResponderExcluirDiziam que eu seria o Presidente que levaria o Internacional para a segunda divisão.
Vou fazer um (ou alguns) capítulo (s) sobre ela, sobre o contexto no qual aconteceu e sobre o que foi dito.
Fernando Miranda
E pensar que, um dia depois dessa reportagem do CP (02/06/1999), nós tomávamos 4 do Juventude em pleno Gigante e o sonho de um título nacional naquela época de vacas magríssimas ia para o espaço. Quando a tensão política sai da Sala do Conselho e vai para o CAMPO...!
ResponderExcluirUsando o argumento do "vestiário", a turma do "DEIXA ASSIM" tentou validar práticas como esta no clube durante muito tempo.
ResponderExcluirRomper com isto deu trabalho.
Talvez alguém possa imaginar que levar 4 do Juventude tenha sido em função de querermos a gravação de reunião do Conselho Deliberativo para fazer uma ata correta.
Talvez outros imaginem que sem romper com este tipo de prática, jamais sairíamos da época de vacas magríssimas.
Fernando Miranda
Acho engraçado o povo brasileiro. Sempre arruma uma desculpa para dar o seu "jeitinho". Filipe, se formos seguir a sua lógica, NUNCA seria possível moralizar o clube (o que na época narrada na postagem era mais do que necessário), pois sempre haverá um jogo importante, uma decisão de campeonato que justificará fazer vistas grossas a "bandalheira". Ética se tem ou não se tem e nada justifica a sua flexibilização.
ResponderExcluirFernando!
ResponderExcluirSimpatizo, sem devaneios, com o teu segundo "talvez"!
E, Fabrício, quando falei em "tensão política", por ora, me abstive de julgar a postura de A ou B, sugerindo apenas a reflexão sobre o impacto desse ambiente na concentração dos nossos 11 comandados.
Fernando, gostaria de um post sobre a Lei Pelé. Sei, por fontes paralelas, da postura do Grêmio de Guerreiro nas análises da Lei Pelé, de que ele achava que o Koff reverteria via C13 a nova lei do passe e gostaria de saber mais detalhes como o Inter se preparou. Para mim, este foi o enorme legado de tua gestão no Internacional, algo que nos diferenciou ao lado do Cruzeiro, São Paulo e CAP no início do século XXI.
ResponderExcluirEu tenho diversas discordâncias sobre o que foi feito no futebol profissional daquela época, já expostos diretamente para o Larcher e Felipe na campanha eleitoral de 2001, como amplos poderes ao Zé Mário, erros grotescos de contratações e filosofia de futebol (4 times em 2 anos, cada um durando seis meses), algo que valeria uma tarde de discussões contigo.
Mas igualmente sei reconhecer as coisas boas que foram feitas (lembro ainda da reforma da concentração da base, as "trevas" como disse o JL. Para mim, o pior na vida é o maniqueísmo, aquilo que diz que ou a pessoa faz tudo certo, ou faz tudo errado.
Abraços, Alexandre Perin - www.clicrbs.com.br/almanaque
Miranda
ResponderExcluirTu não acha que tua relação com a imprensa foi muito conflituosa?
A impressão que eu tinha nas entrevistas, é que a qualquer momento tu ia "explodir" hehe.
ERA GURI QUANDO UM TAL DE MEDINA DISSE QUE O INTER LEVARIA NÃO SEI QUANTOS ANOS PARA VOLTAR A GANHAR. TODOS TRIPUDIARAM, MAS PARECE QUE ELE TINHA RAZÃO. TODOS LEMBRAM DO FERNANDO CARVALHO, MAS TENHO A IMPRESSÃO QUE O INTER REALMENTE CORRIGIU SEUS RUMOS A PARTIR DO FERNANDO MIRANDA. QUE BOM QUE VOLTASTES A ME MANIFESTAR AO GRANDE PÚBLICO.
ResponderExcluirMARCELO
Fernando, meus parabéns pelo que fizeste pelo nosso clube! Se o Internacional passou a um patamar de conquistas e de reconhecimento de sua estrutura administrativa, isto tudo se deve àqueles corajosos que enfrentaram severas críticas por parte de conselheiros, imprensa e torcida.
ResponderExcluirComo está, atualmente, sua atuação no clube e como vês o atual momento do Internacional?
Um fraternal abraço.