terça-feira, 19 de julho de 2011

Página rasgada

Tenho tido muita dificuldade de tempo para postar a história do Inter 2000.
Isto requer pesquisa, scaneamento e TEMPO. Nas últimas semanas estou muito envolvido na conclusão de duas obras importantes de um cliente que merece toda minha dedicação e consideração.

Mas os acontecimentos de ontem e hoje me trouxeram para cá e faço esta postagem. Curta e grossa...

O Vice-Presidente demitido ontem em mais um episódio patético que envolveu declarações e desgastes disse, certa vez, que eu era uma página virada. Disse o mesmo do ex-Presidente Piffero.

Nada como um dia atrás do outro!!!!!

E o que se diria do Inter 2000, se promovesse um episódio como este?

Frnando Miranda

sábado, 9 de julho de 2011

Frequência das Postagens

Em função de compromissos profissionais, passarei a publicar as postagens semanalmente nas quartas-feiras.
Quem tiver interesse em fazer postagens "extra" pode colocar comentário no blog, com endereço de e-mail para que façamos contato e discutamos a postagem.  O comentário não será publicado.


Fernando Miranda

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Domínio Internacional.com.br II

Em 1998 o Internacional não percebia a importância da internet.
Prova disto é que em 2000, quando assumimos, o clube não tinha "e-mail".
Se precisássemos receber um e-mail, fornecíamos o endereço de um funcionário, que iria imprimí-lo em casa e entregar ao destinatário no dia seguinte.

Em 1998 percebemos que o clube não havia registrado o domínio internacional.com.br.
Em duas reuniões do Conselho Deliberativo falei no assunto, mas nada foi feito.
Então registrei, com a ajuda de meu amigo Nelson Campelo, o domínio em nome de minha empresa, como mostra o e-mail abaixo.
Mais tarde, transferi este registro para o Internacional.

O custo disto foi U$ 35,00!
Imagine o valor disto para o clube hoje.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

João Gilberto

Durante toda minha vida, minha ligação com o futebol foi algo muito forte.
Durante meu período de faculdade jamais imaginei sair de Porto Alegre em função do Inter.
Vivia futebol. Respirava futebol. Estudava futebol. Pensava futebol.


Imaginem quando exercia a presidência...


Em determinada ocasião, estávamos jantando durante uma concentração. Não lembro onde estávamos...
O Parreira me pegou desprevenido e perguntou: "...Presidente, gostas do João Gilberto?..."
Eu não sei exatamente no que estava pensando, mas respondi rapidamente: "...acho que não conheço, em que posição ele joga?..."


Evidente que a reação de todos que estavam jantando fez com que "caísse minha ficha". Por mais falha que seja a minha cultura musical, sei quem é o João Gilberto. Mas estava tão focado no assunto futebol, que "deletei" a possibilidade de, naquele momento falar em outro assunto...


Na verdade, gosto desta historinha, porque ainda tem gente que não entendeu que minha principal motivação sempre foi a única forma que os problemas de um clube de futebol podem ser resolvidos: Através do futebol...


Fernando Miranda

sábado, 25 de junho de 2011

A eleição para o o CD em 1996 - Paciência tem limite

Em 1996 eu integrei o Departamento de Futebol.
Quando aceitei o convite, deixei claro que não estava fazendo uma opção política, pois no final do ano teríamos uma eleição para o Conselho Deliberativo e o Inter 2000 faria todo o possível para atingir maioria naquele 1/3 que teria seu mandato vencido.


A disputa eleitoral é natural. Surgiu outra chapa auto-denominada de "a verdadeira oposição".
Até aí tudo bem.
Mas a falta de respeito rolou solta,com acusações, na minha opinião, desnecessárias e, ainda na minha opinião, buscando uma visibilidade forçada.


O resultado é que o Inter 2000, agora com a participação do Interação, fizeram maioria naquele 1/3. Agora tínhamos maioria em 2/3 do Conselho. Mas não tínhamos maioria no Conselho. O último 1/3 era, quase na totalidade, da situação.


Após a eleição enviei o e-mail abaixo para um dos integrantes da "verdadeira oposição" que havia passado dos limites.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ameaças anônimas por e-mail

A covardia do anonimato aparece muitas vezes no futebol.
E a internet potencializou isto.
Não sei o que faz alguém imaginar que uma ameaça anônima possa amedrontar alguém.


Mas até isto pode ser divertido.


Durante algum tempo comecei a receber e-mails "ameaçadores", enviados de um e-mail que não conseguia identificar.
O teor dos e-mails não me perturbava. Mas ficava muito irritado com o anonimato. E confesso que com enorme  vontade de descobrir sua origem.


Conversei com meu amigo Pedro (vou chamá-lo assim para preservar sua identidade) sobre o assunto ele  me pediu que eu encaminhasse um destes e-mails para que pudesse investigar.
Rapidamente ele localizou a origem do e-mail e obteve o endereço do "vivente".


Resolvemos nos divertir um pouco.


O Pedro tem em torno de 2,00m (de altura e quase isto de largura) e foi visitá-lo em seu ambiente de trabalho, trajando terno e gravata.
Educadamente disse ser meu assessor, responsável por responder meus e-mails e que nas últimas semanas estava encontrando dificuldade até para dormir porque não aguentava mais o meu "mau humor" causado pelos e-mails anônimos que ele enviava. E que isto estava fazendo com que ele ficasse a beira de um ataque de nervos. E que pedia a colaboração do "vivente", parando de me enviar aqueles e-mails.
Agradeceu por ter sido recebido e retirou-se.


Antes que o Pedro me ligasse, recebi novo e-mail do "vivente" (que me arrependo de não ter guardado cópia. pelo menos ainda não a localizei), desta vez assinado, dizendo que recebera a gentil visita do Sr. Pedro, pedindo desculpas pois não imaginava que estava causando desconforto e que prometia nunca mais fazer aquilo.


Fernando Miranda



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cidimar X Nilmar

Depois do surgimento do Nilmar, alguém criou (não sei quem foi...) a "versão" de que o Nilmar viera para o Internacional como contra-peso, na contratação do Cidimar.


O Cidimar veio bem depois, também do Matsubara.
O valor foi superior ao que pagamos pelo Nilmar, mas também pagamos em 10x, algumas das prestações em 2002.
Foi uma das poucas contratações que não foram integralmente pagas em 2001 e representaram menos de R$ 100.000,00 por um atleta que apostávamos e acabou não oferecendo o resultado esperado.
Se isto acontece todos os dias com quem administra futebol, é preciso contabilizar o custo dos fracassos também.


O resultado do Nilmar pagou o Cidimar e muitos outros erros que o clube possa ter cometido.


Mas os momentos foram bem distintos, como mostra a avaliação abaixo, datada de 4/9/01




































Fernando Miranda

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Secadores no Conselho e na Direção

Quando ouvi a "brilhante" entrevista/declaração do atual Vice-Presidente de futebol do Inter, não pude deixar de pensar o que ele diria se:

  • A cada jogo do Inter tivesse um carro de som na porta do vestiário dizendo um monte de bobagens para os dirigentes, atletas e comissão técnica; ou
  • Se o Conselho Deliberativo fosse convocado antes do campeonato brasileiro para dizer que ele levaria o Internacional à segunda divisão.
E o pior é que são os mesmos que acusavam minha postura de truculenta.
E que diziam que o Inter 2000 estava dividindo o clube.

Estavam errados. 
Aquele momento precisava de rompimento com a forma que o Internacional vinha sendo administrado.
Será que já é este o caso novamente?

Ele disse mais. Disse que recebeu o vestiário com muitos jogadores com contrato de longo prazo.
Peraí!!!!! Recebeu de quem? Dele mesmo? Ele não era diretor no ano anterior?

Bem... isto não interessa. Posso até falar sobre isto em outro fórum. Mas aqui, no site do Inter 2000, me interessa lembrar que são os mesmos que reclamaram ter recebido o "vestiário vazio", porque tive o cuidado de não fazer contrato de longo prazo com os profissionais maduros (ao contrário das categorias de base...), mas que esperavam renovar seus contratos, se a nova direção assim desejasse.

Fernando Miranda

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Certidões Negativas

Além das Certidões Negativas reproduzidas abaixo, entregamos o clube com a Certidão Negativa de todos os cartórios de protesto de títulos de Porto Alegre.


Não sei qual a situação, hoje. Mas naquela época foi um grande avanço e motivo de enorme orgulho concluirmos nosso mandato nestas condições.



A imagem acima foi extraída do relatório de 2001 enviado aos sócios pelo clube

Fernando Miranda

terça-feira, 14 de junho de 2011

Relação com a Imprensa II - Postagem extra

Hoje pela manhã ouvi a entrevista do treinador do Internacional - Paulo Roberto Falcão.
Não sei se foi truculenta, agressiva,... mas não quero adjetivar.


Em 2001, na véspera de um GRE-NAL, o Falcão me ligou, pedindo para fazer seu programa da nossa concentração.
Eu disse que não gostaria de tirar o foco do grupo e, além disto, não poderia permitir que uma rádio fizesse programa de lá e outra não. Ele insistiu e quando ficou claro que eu não cederia ele "terminou" a conversa e desligou o telefone.


Tive a nítida impressão que hoje ele entende melhor a minha postura.


Fernando Miranda

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Planejamento no Barranco e outros...

Hoje tive um dia muito cheio.
Pensava em fazer a postagem amanhã pela manhã.
Mas me deparei com o comentário abaixo e fiquei feliz com ele. Além disto, me dei conta que não deveria deixar passar um dia marcado sem fazer o que me comprometi:
"Caro Miranda, hoje é 2a e não teve post! Porque??? Acompanho regularmente e posso dizer que é uma das coisas que faço com satisfação. Se voltares à presidência um dia, serei seu defensor! abraços Flávio César"
Peço desculpas para quem entrou durante o dia e não encontrou a postagem.
____________________________________________________


Reproduzo 3 imagens de momentos diferentes:


1- Anúncio eleição 1993:


2- Carta enviada ao Conselho Deliberativo em 1999



4- Planejamento feito no Barranco

Qual colorado não lembra de 2002? Foi o ano que terminou em Belém do Pará...
Mas no começo teve planejamento...vejam abaixo.
Se o planejador nã estava autorizado, estava bem informado...


Fernando Miranda

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Relação com a imprensa

Este é um dos assuntos sobre os quais sou mais questionado.
E fico adiando abordá-lo, por achar que é um tópico muito importante, interessante e que merece ser escrito com calma e tempo (que geralmente não tenho...)
Provavelmente volte a falar sobre isto mais adiante e, certamente, farei alguns tópicos relatando situações pitorescas e engraçadas.

Na minha visão, embora a imprensa tenha indiscutível importância na divulgação do negócio futebol, tendo como contra-partida a excepcional "audiência" que o "assunto futebol" proporciona, na maior parte do tempo ocorre um conflito de interesses. Explico:

  • À imprensa interessa vender jornal e/ou espaço nos de programas esportivos;
  • Aos clubes interessa a estabilidade da instituição e a possibilidade de um trabalho de longo prazo, com começo, meio e fim;
  • A estabilidade, na maior parte do tempo, não gera as melhores manchetes.
Compreender este mecanismo, possibilita a compreensão de muitos dos conflitos da imprensa com quem dirige o clube e busca sua estabilidade. E permite a criação de estratégias que busquem minimizar estes conflitos. Eliminá-los talvez seja difícil, mesmo com um exército de dirigentes alinhados com a estratégia e de um muito competente plano de comunicação.

Ao falar à imprensa, especialmente no momento mais difícil - após um resultado ruim, o dirigente precisa escolher para quem fala. Considero 3 possibildades:

  1. Para a torcida. Falar para a torcida é importante. Mas se você ganha é gênio. Se perde, é burro, incompetente... Não é a melhor escolha. Para a torcida você deve trabalhar para obter o resultado.
    • Neste ponto, sempre achei muito engraçado quando o jornalista se farda e pergunta "em nome do torcedor". Ora bolas, você é o Presidente do Clube. Eleito na forma do estatuto. E quem fala em nome do torcedor não é você...
  2. Para a imprensa.  Evidente que é preciso consideração com o jornalista que está ali, exercendo sua função. Especialmente quando seu comportamento é apropriado, educado e respeitoso com o cargo que você exerce. Mesmo considerando isto, é impossível não pensar no conflito de interesses que cito acima;
  3. Para dentro do vestiário. Esta sempre foi minha escolha. A única coisa que não nunca poderia perder é o respeito e o comando do vestiário. Algumas vezes fui perguntado sobre a possibilidade de qualificar o grupo. Nunca hesitei em responder que meu grupo era o mais qualificado do Brasil. O Presidente (eu) é que precisava buscar mais qualificação;
    • Nunca confundir esta postura pública com a falta de cobrança dentro do vestiário.
Não posso falar da relação com a imprensa, sem dizer que há jornalistas aos quais respeito MUITO.
Mesmo que muitas tenham sido nossas divergências.
E quando penso nisto, não posso deixar de lembrar do Luis Carlos Rech.
NUNCA me pediu nada. NUNCA ganhou algo de mim. NUNCA me apresentou algum plano mirabolante. MUITAS vezes discutimos e divergimos. MUITAS vezes o conflito de interesses esteve presente. Mas nunca me desrespeitou. Nunca desrespeitou a presidência do clube. E por isto o respeito muito.

Cito o Rech, mas não tenho dúvida em afirmar que há muita gente séria trabalhando no jornalismo esportivo.
O contrário também é verdadeiro. Se existem maus dirigentes, maus engenheiros, é aceitável que existam maus jornalistas.
 
Alguns dos conflitos que aconteceram foram fruto do desrespeito à instituição.
Talvez muitos deles fruto do meu "pavio curto".
Mas, novamente, me "desculpo" por saber que para romper com alguns interesses é necessária uma firmeza que pode levar ao conflito.
É a velha história de precisar quebrar alguns ovos para fazer o omelete.

Fernando Miranda

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Gestão "TRUCULENTA"

Quando alguém fala que a gestão 2000/2001 foi "truculenta", fico pensando o exato significado disto.


Em primeiro lugar, não posso negar um certo orgulho de ser isto que restou para falarem a meu respeito e/ou da gestão.
Outras adjetivações seriam bastante vergonhosas, para mim. Prefiro não citá-las, mas é inegável que outras pessoas passaram pelo futebol e seu comportamento apesar de uma suposta "fala mansa" acabou se caracterizando por outros adjetivos.


Quem conhece a história do Internacional sabe que o clube se caracterizou por esta truculência, muito antes do Movimento INTER 2000. Talvez algumas pessoas não saibam disto, mas até agressão física entre dirigentes, na frente das câmeras de televisão aconteceu pouco antes do Internacional ser campeão brasileiro pela primeira vez. Culpa do Inter 2000? Culpa do Miranda? Acho que não...


A quebra de paradigmas, o rompimento com estruturas existentes e que dirigiam o clube, a necessidade de contrariar interesses diferentes dos do clube estavam exigia (exigiria? exige? exigirá) uma postura forte e  intransigência de princípios. Não permite a "flebilização da ética", por exemplo, como conhecida figurinha sugeriu certa vez..


Não sou desprovido de inteligência para saber que esta postura gerou (gera? geraria? gerará?) desgaste político. Mas, naquele momento, detransição econômica, jurídica e da política interna, alguém precisava ter coragem para encarar de frente este desafio.


Por tudo isto gosto sempre de repetir, que se pudesse escolher o momento para ser Presidente, não hesitaria em escolher aquele.


Se o momento fosse outro,  o foco seria outro. Talvez o Inter 2000 pudesse fazê-lo. Ou não. Mas isto não interessa para quem quer é registrar o que aconteceu naquele período.


Na cerimônia de posse do novo Presidente, uma outra figurinha disse que chegava de "mau humor". Ufa... depois de tudo o que aconteceu o que sobrou é me chamarem de truculento ou mau humorado. Mesmo que não seja bem assim, para quem contrariou tantos interesses e precisou enfrentar tantas áreas de atrito e interesse, até que ficou de bom tamanho.

Fernando Miranda

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O ano de 1994 para o Inter 2000

1994 foi um ano importante para o INTER 2000. E para o Internacional, politicamente.


Nossa vitória, elegendo maioria entre os conselheiros que renovavam seu mandato naquele primeiro 1/3 do Conselho Deliberativo me deu ânimo para continuar e confiança de que era possível trilhar o caminho que estávamos sonhando.


Não lembro da OPOSIÇÃO vencer uma eleição para o Conselho.
Lembro de acordos que não foram cumpridos. E de tentativas de participação que acabaram frustradas.
Mas sempre o que seria feito era decidido por muito poucos, mesmo que pequenas concessões fossem feitas.


A vitória foi bem pequena. Em torno de 75 conselheiros dos 300 renovavam seus mandatos, pois os conselheiros NATOS pertenciam a este 1/3 e não estavam em questão.
Portanto queríamos apenas 38 nomes na chapa.
E conseguimos isto.


Sempre que lembro daquelas reuniões lembro da participação do Amaury Silveira, que mais tarde se tornou um grande amigo. Mas naquela época não tinha nenhuma intimidade com ele. Apenas sabia que era o Presidente da APLUB. O João Patrício Herrmann foi fundamental na aproximação com o Amaury e na conquista de sua confiança.


Tivemos algumas reuniões e almoços que foram inesquecíveis, tanto pela importância quanto pelo contraste da cerimônia que começamos a tratar com o Amaury e a proximidade que acabamos conquistando pelo jeito do João Patrício.


Aliás, não foram só as reuniões com o Amaury que foram engraçadas.


Acho que a mais inesquecível foi uma visita ao Ibsen Pinheiro, então Presidente da Câmara.Pedro Silber, João Patrício e eu.Se não estou enganado o Ibsen estava de aniversário.Queríamos explicar o que estávamos fazendo e a secretaria entrava e anunciava um telefonema.Um dos primeiros foi o Senador Mauro Benevides.Cada vez que pensávamos que estávamos engrenando o assunto a secretária entrava e anunciava novo telefonema.E nós tratando com a solenidade que o Presidente da Câmara merecia.Lá pelas tantas a secretária entra na sala pela quinta ou sexta vez e o João Patrício diz: "...pronto, deve ser o Mauro Benevides, de novo..." Foi um santo remédio. O Ibsen educadamente atendeu a ligação e pediu à secretária que anotasse as ligações, pois ele as retornaria posteriormente...


A inscrição da "chapa" era feita junto ao Presidente do Clube, naquela época. Hoje não sei como é.
Mesmo que tivéssemos negociado durante semanas tínhamos muito receio que na última hora, alguma coisa mudasse. Por isto fizemos uma chapa em paralela que tinha a totalidade de nossos integrantes e não apenas os 38 acordados, para não sermos "pegos de surpresa".


Registramos a chapa com o Presidente Zachia, este cumpriu exatamente o que havíamos combinados e podemos rasgar a chapa que tinha só os nossos nomes.


Não tenho dúvida que se tivéssemos levado adiante a nossa chapa, perderíamos a eleição. Por uma infinidade de razões. Além disto, a totalidade deste 1/3 não significaria nada em termos de maioria no Conselho Deliberativo.


Fernando Miranda

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Carta aberta ao Torcedor colorado (4)

Esta a quarta, e última, CARTA ABERTA que distribuímos antes de jogos em 1994.
Após isto, foi montada uma chapa única -com a diretoria-, que nos garantiu maioria neste primeiro 1/3 do Conselho Deliberativo. Era o início da caminhada para conquistar maioria no CD, que só seria concluída, como prevíamos, em dezembro de 1998.
Para isto tivemos a eleição do CD em 1996 e em 1998. Falo sobre estas eleições em outras postagens.
Até o momento do registro da chapa eu duvidava que conseguíssemos montar uma chapa única, com concordância da diretoria, e com maioria do Inter 2000 neste 1/3. Era bom demais. E a nossa única moeda de troca era parar de distribuir as CARTAS ABERTAS.
Por isto, no dia da inscrição, levei uma relação de conselheiros para concorrer na eleição, com exclusividade de integrantes do Inter 2000. Se algo não funcionasse, teríamos o plano "B", e teríamos a eleição...



Fernando Miranda

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Carta aberta ao Torcedor colorado (3) - Cumplicidade do Conselho

Esta a Carta Aberta III que distribuímos ao torcedor colorado, da mesma forma das duas anteriores.


Desta vez falamos sobre a Cumplicidade do Conselho Deliberativo em relação à determinadas práticas.


Qualquer semelhança pode ser mera coincidência.



Fernando Miranda

domingo, 29 de maio de 2011

Entender de Futebol x Entender o Futebol

O vídeo abaixo está publicado no site www.cadernodecampo.com, com o seguinte texto:

Há dez anos já se pensava (e se fazia!) um futebol diferente…
O conceito de Universidade do Futebol, na figura de seu idealizador o prof. João Paulo S. Medina, foi introduzido em 2000 no S.C. Internacional-RS, através de uma reformulação significativa nos seus departamentos de futebol profissional e de base, inserindo diretrizes técnicas fundamentais para a estruturação de clubes de futebol que pretendem estar sintonizados com toda a evolução científica, tecnológica e cultural que vem ocorrendo no século XXI.

As imagens foram extraídas de vídeo que produzimos no final de 2001 para deixar registrado parte do trabalho que fizemos no Departamento de Futebol. Confesso que não sabia como publicar o vídeo... agora estou aprendendo e, com o tempo, publicarei outros trechos.


O menino que abre o vídeo abaixo é o Rodrigo Possebom, hoje no Santos (vestiário vazio...)



Fernando Miranda

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O JEITO INTER 2000

Pensei bastante se escreveria sobre a aprovação das contas que acredito que ocorrerá na próxima segunda-feira.
Precisava pensar porque não quero transformar este site em local de debate político ou técnico.
Só resolvi escrever quando consegui encontrar o gancho do assunto com a história do INTER 2000.

Percebi que a tentativa de "extinção" do INTER 2000 talvez seja a tentativa de "extinguir" o jeito INTER 2000 de ir à raiz das questões (radical?), que dizem respeito ao Internacional.
Este jeito não serve para grandes acordos.
Este jeito dá trabalho.
Este jeito cria áreas de atrito.

Pensei em escrever sobre cada ponto que foi divulgado pela imprensa do relatório do Conselho Fiscal. (Não falaria sobre o resto, que tive acesso por ser conselheiro)
Mas senti uma frustração grande ao examinar o material e perceber que pouco a pouco  muito que combati, talvez esteja voltando a acontecer.

Para quebrar paradigmas, a gente tem que se aprofundar. Buscar informação. E não flexibilizar princípios. Claro que para não flexibilizar princípios é necessário tê-los...
Nunca tive prazer em discutir sobre a forma que as operações do clube eram contabilizadas. Queria de falar sobre futebol (a COISA...) que era minha grande motivação.
Mas acreditava que se o clube continuasse a ser administrado daquela forma, o futuro não era nada bom.
Comprei a briga.
Fui chamado de radical.
Adquiri inimizades.

Mas não me arrependo.
No longínquo ano de 2001, o Conselho Fiscal, presidido pelo mesmo indivíduo que o preside hoje, precisou apelar para não termos conseguido resultados de campo para ter algo a dizer em seu relatório da nossa gestão.

Rejeitar contas não significa contestar a idoneidade de alguém.
Como ter as contas aprovadas, logicamente, não é prova definitiva de idoneidade.
Algumas das operações acabam mostrando o cuidado que se teve com as coisas do clube. É ótimo que todos conheçam esta forma.

O que deve ser discutido é se a forma que as operações foram contabilizadas satisfaz o Conselho Deliberativo.
Para isto, os conselheiros deveriam, minimamente, ler os relatórios do Conselho Fiscal e da auditoria contratada pela própria diretoria.

E exigir que as correções sugeridas e informações solicitadas fossem feitas e prestadas.

De vez em quando escuto falar em "aprovar com ressalvas".
Maravilhosa esta expressão. Deve ser prima-irmã de "rejeitar com ressalvas".
Se há ressalvas, que sejam resolvidas. E as contas aprovadas.
Evidente que o clube não deve permanecer com contas não aprovadas.
O que não significa que se deva aprovar algo que não retrate corretamente a situação do clube. Ou que perdurem dúvidas a respeito de alguma informação solicitada. Seja pelo Conselho Fiscal, pelo Conselho Deliberativo, ou pela auditoria externa.

O jeito INTER 2000 pode até ser extinto (do Internacional, claro), para conforto e alívio de muitos.
Mas a história do INTER 2000 e a forma que encarei as coisas do Internacional, continuarei contando aqui.
E se achar cabível, traçando paralelos.

Fernando Miranda

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A segunda "CARTA ABERTA"

Esta a segunda CARTA ABERTA que distribuímos na mesma forma da anterior.

Confesso que ao ler este texto, logo após ter acesso ao relatório do Conselho Fiscal sobre as contas que SERÃO APROVADAS  na próxima segunda-feira, senti vontade de escrever sobre a postura do Conselho Deliberativo quando fizemos o documento abaixo e hoje. Mas vou pensar um pouco sobre isto...

Fernando Miranda

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Carta aberta ao Torcedor colorado (1)

Em 1994, teríamos eleição para 1/3 dos integrantes do Conselho Deliberativo.
O objetivo do Inter 2000 era simplesmente ter maioria neste conjunto de conselheiros que seriam eleitos.

Precisávamos divulgar o que pensávamos e fazer com que os sócios nos conhecessem.
Uma das ferramentas que adotamos foi a distribuição destas "CARTAS ABERTAS", das quais divulgo a 1ª hoje.

Alteramos o formato em relação ao folder que apresentei na semana passada, para reduzir o custo de impressão.

Estas "CARTAS ABERTAS" foram distribuídas antes dos jogos pelos integrantes do Movimento Inter 2000, que diziam acreditar no que ali estava escrito e se comprometiam com estas idéias.

Bastaram 4 "CARTAS ABERTAS" para garantirmos um acordo que nos permitisse maioria nesta primeira eleição.

Então, aí vai a primeira:


Fernando Miranda

domingo, 22 de maio de 2011

Motivações para o site Inter 2000

No site abaixo, uma apresentação das motivações para criação do site Inter 2000.
O programa (Prezi) é uma ótima alternativa para rápidas apresentações.


http://prezi.com/n4f8p2talmah/site-inter-2000/

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Primeiro folder distribuído aos sócios

Após a fundação do Inter 2000, em 1993 passamos a atuar divulgando que queríamos um caminho diferente para nosso clube.


Uma das ferramentas foi a distribuição de material em dias de jogo.


O folder abaixo é bastante sucinto. Mas mostra que fomos coerentes, quando amadurecemos o que queríamos fazer, com o a motivação que gerou nossa mobilização.


Não era nada comum um grupo de pessoas reunirem-se para pensar o clube e gerar idéias. Menos comum ainda, quando tinham pouca experiência na gestão do clube.


Mas, mesmo assim, não fizemos feio, nem no início. O que dizíamos continua sendo atual...


Abaixo o primeiro folder:




Fernando Miranda

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Insinuações maldosas (para dizer o mínimo)

Quando nos aproximamos da eleição presidencial em 2001, que seria a primeira com votação do quadro social, diversas insinuações foram feitas a respeito da "manipulação"que poderíamos fazer do quadro social.


Só vejo duas hipóteses para este tipo de insinuação:


1. Não me conhecerem; ou
2. Me julgarem pelo próprio comportamento.


Em função deste tipo de insinuação, enviei a carta abaixo ao Presidente do Conselho Deliberativo.


Claro que não deu em nada. E que ficou tudo por isto mesmo.
Mas guardo documentos como este, para não esquecer o comportamento de determinadas figurinhas.



Fernando Miranda

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tímido x Capetinha

A matéria abaixo, que fala da disputa da posição na Seleção Brasileira entre o Nilmar e o Pato, junto com a postagem anterior, também são bons ganchos para pensarmos sobre a tese do "vestiário vazio" que o Inter 2000 teria deixado para a gestão posterior.


Alguns dos atletas que lá estavam viabilizaram economicamente os anos seguintes...


Fernando Miranda

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Nilmar

Costumo brincar dizendo que quem comprou o Nilmar foi o Sport Club INTERNACIONAL, que fica ali na Padre Cacique-891. Diferente de outros atletas que foram comprados por este ou aquele dirigente.

A verdade - como já lembrei em postagem anterior - foi que o diretor das categorias de base João Antônio insistiu muito para que tentássemos a contratação do jogador que havia sido observado pelo Mano Menezes em torneio no centro do país.

O Mano também insistiu em sua contratação e o Departamento de Futebol depois de fazer novas observações intensificou a negociação. Não tínhamos dinheiro para nada, mas negociamos para pagar em diversas vezes os (se não me engano) R$ 40.000,00 ajustados...

A matéria de veja de 2003, que reproduzo abaixo, conta o resto.




Fernando Miranda

quarta-feira, 11 de maio de 2011

X9

Em alguns momentos o futebol é muito divertido.

Muitas vezes fiz reuniões que eram para ser "sigilosas", apenas com pessoas que imaginava poder confiar, e  imediatamente a imprensa noticiava o seu teor.

A motivação para isto, geralmente, é uma "troca de favores" entre "assessores" e algum jornalista que, para exercer seu trabalho, depende da notícia. E precisa apenas fazer um pequeno elogio para este tipo de assessor e continuar recebendo informação.
Normalmente estes assessores apenas circulam em torno do poder, em busca de visibilidade, e não acrescentam nada. São os conhecidos por ASPONEs - ASSESSORES DE PORCARIA NENHUMA.

Mas as informações também vazam de outras formas...

Em certa ocasião a realização de uma reunião foi noticiada pela imprensa e apenas 3 pessoas (em quem confiava cegamente) sabiam de sua realização. Além de minha família (ela aconteceu na minha casa) e o motorista do clube que me deixara em casa.
No dia seguinte fui procurado pelo motorista, que estava muito chateado, e  disse acreditar que a reunião fora noticiada por "culpa" dele. Outro funcionário do clube havia telefonado e perguntado onde ele estava. Ele respondeu que estava indo para casa pois eu o dispensara pois teria uma reunião na minha casa.

A meu pedido, ele telefonou para o funcionário, na minha presença, e contou que eu estava contratando o zagueiro Antonio Carlos, e que estava almoçando em determinado restaurante (onde realmente iriaa almoçar com um amigo) para vender o Rockembach com os representantes de um clube espanhol.

Em poucos minutos ouvimos a notícia do Antonio Carlos no rádio. E, durante o almoço, o mesmo repórter "casualmente" foi almoçar no mesmo restaurante que eu estava...

Algumas vezes é divertido.

Fernando Miranda

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A venda dos direitos federativos de Fábio Rockembach

Para começar a falar na venda dos direitos federativos do Rockembach, pedi ao Dr. Sérgio Juchem que escrevesse algo de sua lembrança a respeito do episódio.


Não cansarei de repetir sobre a importância do Sérgio, do Gustavo Juchem e do Fernando Torres para conseguirmos encaminharmos alguns assuntos. Já falei de alguns. Falarei de outros. O Sérgio, tenho certeza, irá me ajudar a lembrar o episódio da venda do Hurtado (lembram como a torcida gritava o nome dele...Huuurtaaadooo!), que foi outra epopéia.


Abaixo o texto do meu amigo Sérgio:
_______________________________________________________


Caro Miranda,

A transação envolvendo a venda dos direitos federativos do atleta Fabio Rochemback, do Sport Club Internacional para o F C Barcelona, foi a mais importante da gestão inovadora Fernando Miranda, que permitiu a conclusão do saneamento financeiro do Clube, pois o mandato foi concluído deixando para a nova gestão apenas modesto compromisso com o Refis.

Na época, foi a transação de maior valor absoluto do futebol gaúcho, alcançando a importância total de US$ 12.500.000,00.

Como tudo que é feito com um bom planejamento, característica marcante do Fernando Miranda, a venda foi muito bem preparada desde a vinda à Porto Alegre de um representante do famoso Clube Catalão. Lembro que nos reunimos à noite, não sem antes termos dificuldade de despistar a Imprensa, no Escritório do Agente Jorge Machado, quando assinamos um Protocolo de Intenções com o Barcelona.

As negociações foram longas e profícuas, pois o documento, ainda que preliminar, estimou o valor da venda em US$ 12.500.000,00, circunstância essa que foi decisiva quando do fechamento da negociação.

Duas curiosidades daquela longa noite.

O advogado espanhol se intitulou advogado do Barcelona, mas não comprovou tal condição, como exigiu o Presidente Miranda, que o considerou então, acertadamente, apenas um advogado de Barcelona (palavras do Miranda). Por essa circunstância, o Protocolo firmado entre o Inter e o Barcelona foi assinado pelo Vice Presidente Jurídico do Inter, já que o Barcelona não estava representado por seu Presidente e nem mesmo por um advogado que comprovasse tal condição. Na verdade, a pessoa em causa era advogado do Barcelona, como se constatou posteriormente.

A outra curiosidade é que, ao fim dos trabalhos, às 3h da madrugada, quando saímos para tomar o elevador e as portas deste se abriram, o jornalista “detetive” Flávio Dal Pizzol colocou o microfone diante do Presidente Miranda para falar sobre o objeto daquela reunião.

O Barcelona, ao confirmar o interesse no negócio, propôs que as negociações finais ocorressem em lugar neutro, pois a Imprensa esportiva espanhola é tão ou mais ativa do que a nossa, sugerindo reunião em Paris. Assim foi feito.

Após o sucesso na venda dos direitos federativos do atleta Lúcio para o Bayer Leverkusen, que por sua transparência e por seu fechamento dentro de uma agência bancária de Porto Alegre, significou uma ruptura cultural e de gestão relativamente às práticas até então adotadas, a elaboração do contrato de venda não apresentou dificuldades, tendo estas ficado por conta da própria negociação.

No início da reunião no Hotel Hilton, em Paris, às 9h da manhã, o Gerente Geral do Barcelona propôs o prosseguimento das negociações oferecendo o valor de US$ 10.000.000,00, ou seja, US$ 2.500.000,00 menos do que o valor previsto no Protocolo assinado em Porto Alegre.

O Presidente Miranda e o Jorge Machado levantaram-se da mesa incontinenti, quando foram puxados por mim pelo braço para voltarem a sentar, o que felizmente fizeram. Às 12h, após 3 longas e tensas horas de reunião, nas quais defendemos com todo o denodo o Protocolo firmado em Porto Alegre, com várias interrupções para entendimentos reservados de parte a parte, conseguimos retomar o patamar de US$ 12.500.000,00.

O almoço em conjunto, leve, já transcorreu em clima mais ameno, sinalizando a concreta possibilidade de fechamento do negócio nas bases desejadas pelo Inter.

Durante a tarde, trabalhamos até às 17h, quando então tudo estava resolvido, inclusive o valor devido ao atleta, que foi integrado, em parcelas, em seu contrato com o novo Clube.

A negociação foi, em verdade, tripartite, pois além de Inter e Barcelona, participou o procurador do próprio atleta.

Houve uma grande dificuldade bem ao final, quando os Clubes tinham chegado aos seus respectivos limites em valores e demais condições e ainda faltavam US$ 100.000,00. A solução surgiu naturalmente, quando os representantes do Inter e do Barcelona se olharam e num gesto simultâneo olharam para Jorge Machado, cuja comissão foi naquele momento reduzida em US$ 100.000,00, viabilizando assim a conclusão do negócio.

Foi um dos dias e momentos mais difíceis e emocionantes da minha vida profissional e esportiva.

Porém, se assim o foi para mim, que já tinha alguma experiência profissional em contratos internacionais, para o Presidente Miranda essa emoção foi muito maior e mais intensa.

Dada a responsabilidade do mandato presidencial e considerando como se encontrava o Clube financeiramente quando assumiu o cargo, aquela negociação significou para o Presidente Miranda o coroamento de um processo de gestão que culminou com o zeramento das dívidas do Inter, iniciando um modelo de gestão que deu ao Clube o grande salto de qualidade para viabilizar as grandes conquistas internacionais que se seguiram.

São estes os aspectos que lembrei e entendi que valiam uma referência para te ajudar a lembrar de alguns detalhes.

Cordialmente,

Sergio Juchem
________________________________________________________


Vou lembrar mais alguns tópicos e depois vou reproduzir alguns documentos e imagens que tenho comigo.


PRELIMINAR


A negociação começou bem antes. Quando me neguei a romper a palavra que havia dado ao Bayer Leverkusen e negociar o Lucio com o Barcelona. Esta atitude foi lembrada por mim em diversos momentos da negociação do Fábio, quando dizia que manteria a palavra com o Barcelona, mas se eles quisessem reabrir a negociação, pegaríamos um avião no aeroporto de Orly, que enxergávamos da sala onde estávamos reunidos para fechar negócio com um clube italiano que estava nos aguardando.


A DECISÃO DA VIAGEM À PARIS


O documento que assinamos em Porto Alegre, com o advogado "de Barcelona" precisava ser confirmado na semana seguinte, por ambas as partes. Os representantes do Barcelona entraram em contato e pediram que viajássemos para Paris, pois não queriam tumultuar o ambiente em Barcelona na véspera de algum jogo importante, com a intenção de "acertar detalhes". Queriam que o jogador viajasse conosco.


Respondemos:
  1. Que para nós os detalhes estavam acertados;
  2. Que o jogador só sairia de Porto Alegre depois de assinado o contrato;
  3. Que só viajaríamos com a concordância do jogador e com o pagamento das passagens pelo Barcelona;
O mais difícil foi a questão do Fábio não viajar. Mas sabíamos que se o levássemos juntos o poder de barganha do Barcelona ficaria aumentado e teríamos dificuldade para conseguir o melhor preço.

No final concordaram e nos enviaram as passagens em classe executiva, como havíamos exigido.

A VÉSPERA DA VIAGEM

Viajaríamos num domingo, dia que jogaríamos com o Juventude em Porto Alegre. Iríamos ao jogo e direto para o aeroporto.
Na concentração, no sábado, apanhei o documento que o Fábio declarava ter conhecimento da negociação.
Ele estava assinado apenas pelo atleta e faltava a assinatura do pai.
Recebi um telefonema do Ernani Campelo - Rádio Guaíba, que reproduziu para que eu ouvisse a declaração que o pai do atleta acabara de gravar, dizendo que não concordava com a negociação.

Imediatamente subi ao quarto do Fábio e devolvi o documento (que sabia ser dispensável) e disse que cancelaria a viagem do dia seguinte, caso o pai dele não estivesse no dia seguinte às 9:00h no meu escritório para levar o documento assinado. Não para conversar. Apenas para entregar o documento.
Cheguei no escritório 8:30, temendo que ele não aparecesse. 9:00h ele chegou, entregou o documento, apertei sua mão e mantive a viagem.

REUNIÃO CANCELADA EM PARIS

Chegamos no final da manhã ao hotel e nossa reunião estava marcada para 19:00h.
Pouco antes fui para o quarto colocar uma gravata (orientação do Sérgio, contra minha vontade...) e o Sr. Machado foi me procurar dizendo que recebera um telefonema transferindo a reunião para 21:30h, pois os representantes do Barcelona iriam atrasar.

Imediatamente informei que a reunião não seria mais naquela noite e sim no dia seguinte, pois estava muito cansado e não me sentia em condições de negociar.

Descobri que havia um jogo amistoso (sim, na segunda à noite) entre o Paris Saint Germain e o Benfica. E rumores de que seria a estréia do Ronaldinho no Paris Saint Germain. Não podíamos perder um programão destes e...tirar umas fotografias.
Quando saímos (eu, Sérgio e o representante do jogador Mario Rossi) fomos questionados se não estávamos cansados. Não hesitei em dizer que estava cansado para negociar, não para assistir futebol.

SOBRE A NEGOCIAÇÃO

Foi um dos dias mais longos da minha vida. Em diversos momentos tive dúvida se conseguiríamos fechar o negócio. Diversas vezes saímos para ajustar a estratégia e lembro de ter ligado para Porto Alegre e pedir orientação ao Abílio Braga, pois precisaria "descontar" o contrato que previa pagamento parcelado.

O Sérgio já esgotou a história da negociação, no texto acima.

AS HORAS APÓS A NEGOCIAÇÃO

Assim que assinamos o contrato, fomos convidados para jantar com os representantes do Barcelona.
Eu disse que pediria um lanche no meu quarto. Intuia o que sentiria quando ficasse sozinho. Sabia o que representava aquele contrato que acabara de colocar na minha pasta.

Quando fechei a porta do quarto, devo ter chorado uns 30 minutos.
Quando me acalmei comecei a ligar para pessoas importantes para mim e para o clube naquele momento para relatar o que acontecera e afirmar que entregaríamos o Internacional, no final do ano numa situação MUITO diferente da que havíamos recebido.

Vou guardar economizar alguns detalhes para contar aos poucos.

O CONTRATO


Pretendia colocar aqui todo o contrato. Mas não lembrava de uma cláusula de confidencialidade, que não sei ter valor 10 anos depois. Mas para evitar problemas, vai apenas a primeira página...



Abaixo minhas anotações durante a reunião em Paris:


Comprovante depósito primeira parcela


Comprovante pagamento segunda parcela


Hotel Hilton
Em 2003 voltei à Paris e fiz questão de voltar ao Hotel para tirar algumas fotos... 
Abaixo as fotos que estão no álbum de minha família:

A sala onde negociamos

Fachada do Hotel



Fernando Miranda